Na estreia do skate como modalidade olímpica os atletas brasileiros trouxeram para o Brasil três medalhas, isso fez com que a busca por conhecer o esporte disparasse, assim como o consumo de produtos relacionados à prática.
As vendas de produtos de skate em lojas online mais do que dobraram após as Olimpíadas, e a procura em lojas físicas, especialmente skateshops - como são chamadas as lojas especializadas em skate -, também não ficaram para trás.
Após a medalha de prata de Rayssa Leal, conhecida como a Fadinha do Skate depois de ter tido um vídeo seu, ainda criança tentando fazer uma manobra no skate fantasiado de fada, viralizado, a busca pela palavra "skate" na internet saltou 600%.
E esse não foi um interesse momentâneo pela prática, mas um interesse que tende a permanecer pelo próximo período.
Muitas pessoas, crianças, jovens e adultos, quiseram iniciar no skate pelo que ficou conhecido como "efeito fadinha". Mas não foi apenas isso, muitas pessoas que já haviam andado de skate, mas que tiveram que parar por algum motivo, como falta de tempo ou de dinheiro, se animaram a voltar a praticar o esporte.
Os Jogos Olímpicos, com toda certeza, colocaram o skate sob os holofotes. Isso fez a busca por aulas de skate disparar nas semanas seguintes à medalha de Rayssa Leal e de Kelvin Hoefler, na modalidade street.
E não é para menos, pois além de ser uma atividade física que faz bem ao corpo e mente, é um esporte que promove o desenvolvimento da psicomotricidade, equilíbrio, resistência, força e até flexibilidade. Isso sem falar do fato de ser um esporte muito social, já que mesmo que praticado individualmente, conta com as relações desenvolvidas na pista de skate, nos picos - como são chamados os lugares em que os skatistas vão para andar de skate -, e nas aulas, o que contribui para uma saúde mental de qualidade também.
Outro grande resultado do que foi o desempenho extraordinário de Rayssa Leal nas Olimpíadas de Tóquio foi o impacto que causou em fazer mais e mais meninas e mulheres se interessarem por um esporte, que, infelizmente, ainda é muito visto como coisa só para garotos.
E não apenas novas meninas se interessaram pelo esporte, mas o efeito fadinha também fez com que as garotas que já estão envolvidas com o skate há muitos anos ganhassem um pouco mais de reconhecimento, mesmo que ainda não seja tudo aquilo que elas merecem.
Muita coisa ainda tem que mudar quando se trata de mulheres no skate, as premiações em alguns campeonatos ainda são diferentes entre homens e mulheres, com as mulheres ganhando menos, por exemplo. Ainda falta incentivo de patrocinadores e autoridades, mas isso já começa a mudar.
Porque se tem algo que Rayssa Leal mostrou é que o skate não é só coisa de menino, que o Brasil tem muitos skatistas homens e mulheres de uma potencialidade incrível; e que essa prática tem que parar de ser visto de maneira estigmatizada - uma vez que já foi até proibida em cidades como São Paulo no passado -, pois é uma prática incrível, capaz de mudar vidas como outros esportes.